segunda-feira, 21 de setembro de 2009

De Cizur Menor a Puente la Reina...




Ontem simplesmente não deu pra postar nada. Chegamos faltando quinze minutos pras sete em Cizur Menor, passamos de Pamplona e fomos dormir ao lado de uma igrejinha linda da Ordem dos Maltas.

No dia 20, saímos de Zubiri depois que todos já tinham deixado o Albergue e ainda fomos tomar um café, calmamente.Se por um lado não estarmos com pressa nos faz curtir tudo com um relaxamento quase Zen, do outro, acontece como hoje, que chegamos em Puente La Reina e o Albergue tava lotado, tivemos que meiar um quarto de pousada. Engraçado é chegarmos na cidade de destino e todo mundo já estar de banho tomado e já alimentados.

Como chegamos em Cizur 18:45h e quisemos ir à missa do lado do albergue, quando terminou a missa e tomamos banho já estava quase na hora de fecharem o albergue, o que nos fez ir correndo, praticamente, à praça e comer algo às pressas pra não ficarmos de fora...

As quilometragens são diferentes do que encontramos na internet. Minhas medidas com o GPS são mais precisas, o erro é de até 7 metros, aproximadamente, o que me fez concluir que as medições que encontramos na internet se referem ou ao asfalto entre 2 cidadelas, ou entre caminhos distintos - na verdade já encontramos pequenas variações de percurso, o que, somado, dá uma diferença significativa. Ontem andamos uns 29 km. Hoje, uns 26,5 km. Ontem o joelho do ramiro tava melhor. Hoje, ele chegou aqui arrastado...

É ridículo dizer que tem sido engraçado viajar com o Ramiro. Óbvio ululante. Depois dele ter cumprimentado simpaticamente umas 5 ou 6 moçoilas no caminho quando passamos por Pamplona, inclusive nos arredores da vila universitária, ele reparou que elas não estavam sendo tão simpáticas quanto o habitual:

Ramiro: - É, Firififi... as meninas aqui não dão moral pra Peregrino não...
Eu: - Claro. Elas devem pensar: são tudo uns pé rapados sem dinheiro e sujos que dormem ao relento...
Ramiro: - Terminando essa peregrinação vou comprar um Rolex quando chegar em BH...


***

Meus pais não sabem, mas me deram (obrigado, pais!) uma máquina de fotografia - eu sou antigo. Eles me deram uma quando fiz 15 anos, ela está zero km. Mas 21 anos depois, não sendo digital, teve que ir pro estaleiro até segunda ordem. Foi assim com o som que me deram, aos 13. Ele está zero. Tenho essa mania de cuidar com carinho dos presentes que me dão. Quero cuidar dessa viagem. Foi um presente lindo que ganhei de mim mesmo.

Hoje, o principal, é que transpusemos o monte dos perdões e que conhecemos uma igreja octogonal de uma energia ímpar ao desviar do caminho... Ah, e a foto com a Dona Catalina de 92 anos que deu umas bengaladas no Ramiro promete...

A vocês, que estão lendo o blog, ânimo! (bom, e a nós também, que putz! - é osso 20 e tantos km dia!!!)

3 comentários:

  1. Cachinhos revoltos em breve vão virar dread... Adorei as meias penduradas secando do lado de fora da mochila! Saudades! Ânimo!!! Bjo

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  2. Adorei a foto e o texto.
    Essa viagem pode render um bom livro..hehe
    Ta uma delícia acompanhar esse blog.

    Beijos!!!

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  3. Bê, que delícia te ver curtindo a vida desse jeito, tão longe, tão perto!...
    Carpe diem, abraço pra você e o Ramiro!

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